segunda-feira, 14 de novembro de 2011

EMPREGO DO QUE

É importante saber diferenciar as diversas funções da palavra QUE nas orações, principalmente quando é pronome relativo, muito cobrado em concursos. Para ver questões sobre isso, pesquise, por exemplo, sobre pronome relativo em português na prática.


Que bela estava a noite!


PRONOME RELATIVO
Quando o QUE pode ser substituído por O QUAL, A QUAL, OS QUAIS, AS QUAIS. Representa uma função sintática qualquer e inicia oração subordinada adjetiva em duas variações: restritiva ou explicativa. (Assunto bastante difundido neste blog).

1) O pássaro que pousou naquele galho está ferido (O que é pronome relativo)

Análise:
O pássaro está ferido = Oração principal
que pousou naquele galho = Oração subordinada adjetiva restritiva, ou seja, não são todos os pássaros. É apenas o que pousou naquele galho.
Função sintática do "que": sujeito. (que = pássaro)
que pousou naquele galho = O pássaro pousou naquele galho

2) A rosa, que é perfumada, enfeita o mundo (O que é pronome relativo)

Análise:
A rosa enfeita o mundo = Oração principal
que é perfumada = Oração subordinada adjetiva explicativa, ou seja, todas as rosas são perfumadas. Está se explicando que as rosas têm um perfume.
Função sintática do "que": sujeito. (que = rosa)
que é perfumada = A rosa é perfumada

PRONOME INTERROGATIVO
Usado numa frase interrogativa direta ou indireta. Tem função sintática.

Que desejas aqui? (que = objeto direto)

PRONOME INDEFINIDO
Em frases exclamativas, sempre unido a um substantivo. É pronome adjetivo, funcionando sempre como adjunto adnominal.

Que nota baixa!

ADVÉRBIO DE INTENSIDADE
Em frases exclamativas, quando modifica um adjetivo. Equivale a QUÃO. Sintaticamente, funciona como adjunto adverbial de intensidade.

Que bela estava a noite!


CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONSECUTIVA
Quando incia oração subordinada adverbial consecutiva. Veja prova resolvida com este assunto em português na prática - AOCP PRODEB 2008.

Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. (A consequência de estar com a mão tremendo é não poder escrever)

CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE
Quando inicia oração subordinada substantiva. Descubra, neste blog, o macete para detectar este tipo de oração. Veja prova resolvida com este assunto em português na prática - CESGRANRIO PETROBRÁS 2008.

Pedi-lhe que me desculpasse. (que me desculpasse = oração subordinada substantiva)

CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CAUSAL
Quando incia oração subordinada adverbial causal. Veja prova resolvida com este assunto em português na prática ESAF ANA 2009.

Não vou à praia que o tempo está feio. (A causa de não ir à praia é o tempo feio)

CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA COMPARATIVA
Quando incia oração subordinada adverbial comparativa. Veja prova resolvida com este assunto em português na prática CESPE SERPRO 2008.

Os pedestres se cruzavam pela rua que nem formigas apressadas. (comparação dos pedestres com as formigas)

CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONCESSIVA (Concessiva do verbo conceder)
Quando introduz uma oração subordinada adverbial concessiva. Equivale a EMBORA. Veja prova resolvida com este assunto em português na prática ESAF ANA 2009.

Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo. (na ordem direta: seria muito tempo embora fossem dez minutos)

CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA FINAL
Quando inicia uma oração subordinada adverbial final. Equivale a PARA QUE. Veja prova resolvida com este assunto em português na prática FCC TRT/RS 2011.

Fiz-lhe sinal que se calasse. (....para que se calasse)

CONJUNÇÃO COORDENATIVA EXPLICATIVA
Quando inicia uma oração coordenada sindética explicativa. Veja a diferença entre oração subordinada adverbial causal e oração coordenada sindética explicativa.

Não solte balões, que podem causar incêndios.


CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADVERSATIVA
Quando inicia oração coordenada sindética adversativa (pouco usual). Equivale a MAS.

Diga isso a ele, que não a mim. (..., mas não a mim)

INTERJEIÇÃO
Com ponto de exclamação e acento circunflexo.

Quê! Você não viu aquilo?!

PREPOSIÇÃO ACIDENTAL
Quando equivale a outra preposição, geralmente DE.

Tenho que sair agora.

PARTÍCULA EXPLETIVA OU DE REALCE
Quando pode ser retirado da frase sem alterar-lhe o sentido ou a análise.

Há dois dias que não saio.
Nós é que não iremos. (pertence a uma locução expletiva)

SUBSTANTIVO
Quando vem determinado por um termo qualquer. Deve ser acentuado e tem função sintática.

Ela tem um quê especial.

Questões que tratam deste assunto:

Questão 5 da prova do CESPE - TEC. SUPERIOR DETRAN/ES (2010)
Questão 11 da prova do CESPE - AGU (2010)
Questão 27 da prova da AOCP - DESENBAHIA (2009)

Você também pode se interessar por preposição.